Capítulo 529
Carlos Neves e Nair Pires chegaram ao hospital carregados de presentes, ao ouvir que a senhorinha ainda estava na sala de emergência, apressaram-se em direção à porta da sala de cirurgia, onde escutaram o choro triste e desesperado de uma jovem.
Era a voz de Isabella…
Ambos ficaram atônitos, com a mente em branco, olharam para Mário, que permanecia em silêncio na porta, sem dizer uma palavra. No fim, não conseguiram se conter e perguntaram, “Mário, a senhorinha… ela…”
“Acabou de partir.” Mário estava na porta, observando Isabella chorar
desconsoladamente, enquanto Célio a abraçava, deixando-a chorar em seus braços o quanto precisasse.
Se pudesse, ele também gostaria de confortá-la assim, mas sua condição significava que ele apenas ficaria de lado e observaria seu sofrimento sem ter o direito de se aproximar dela.
Os olhos de Mário também se encheram de lágrimas, e sua voz estava embargada de pesar, “Isabella lutou por onze horas, deu tudo de si.”
Onze horas, se houvesse qualquer chance, ela não teria deixado a senhorinha partir….
Mas o corpo da senhorinha realmente não tinha mais volta.
Nair Pires sentiu como se tivesse levado uma paulada, deixou cair o que carregava, e Carlos Neves largou o que tinha em mãos para ampará-la, “Minha esposa, você está bem?”
Nair sentiu uma dor no coração e começou a chorar também, não esperava que, sem terem sequer se visto, já estivessem separados para sempre.
Eles chegaram tarde demais!
Nesse momento, Isabella com certeza estava sofrendo muito!
“Eloá, Eloá…”
Só então, uma figura idosa saiu correndo do elevador e se dirigiu para a sala de cirurgia.
Usando todas as suas forças, ele abriu caminho pela multidão e abriu a porta da sala de cirurgia, mas o que viu foi um corpo sem vida.
Por pouco não caiu, se Mário não tivesse o segurado.
“Eloá–”
Esse chamado doloroso, carregado de choro e angústia do ancião.
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Ele tinha sentido um mal-estar cardíaco na manhã e temeu que algo acontecesse com
Eloá…
Durante toda a manhã, tentou ligar para Isabella sem sucesso. Com o coração apertado, mandou alguém ao hospital para se informar e soube que Isabella estava operando Eloá…
Pensou que fosse a cirurgia planejada, então esperou pacientemente por notícias.
Assim que
se sentiu melhor, correu para o hospital, apenas para receber a triste notícia de que a cirurgia não era a que estava marcada…
Eloå tinha tido complicações durante a noite, e Isabella tinha lutado por onze horas, em vão; a senhorinha tinha partido…
Ele não sabia como tinha conseguido chegar até o corpo de Eloá, olhava incrédulo para ela, repetidamente, tentando sentir sua respiração, mas não havia mais vida.
Seu coração estava apertado, e ele mal conseguia respirar, até que, com as mãos. tremendo, tocou a mão de Eloá, que estava fria, sem a temperatura de uma pessoa viva…. Então, ele começou a chorar alto, “Eloá, minha querida…”
Por que ela tinha ido embora?
Por que não esperou por ele para um último adeus?
Ela não era a mais preocupada com Isabella, sua preciosa neta? Como pôde deixá-la para trás…
O que tinha acontecido afinal?
O que tinha acontecido na noite passada??
“Eloá, minha Eloȧ–”
Leno Abreu abraçava o corpo frio, sem imaginar que depois de tantos anos, a única vez que a teria em seus braços seria assim…
Ele chorava desesperadamente…
Carlos Neves e Nair Pires, que tinham chegado ao local, observaram a cena com os olhos marejados.
Por que tudo tinha acontecido tão de repente?
Pelo que sabiam, Isabella sempre cuidou da avó com os melhores remédios, e pela manhã ela deveria ser operada com sucesso…
Como pôde ocorrer tal imprevisto?
Isabella também estava ali, chorando em silêncio, imaginando o futuro que poderia ter
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sido tão promissor entre sua avó e Leno…
A senhora tinha saúde para viver mais dez ou vinte anos sem problemas….
O que aconteceu na noite passada?
Com a medicação que a avó vinha tomando e seu estado de saúde, era impossível que tivesse ocorrido um infarto fulminante, levando a ruptura do coração!
Ao lembrar que o rasgo tinha três centímetros, o coração de Isabella parecia ser rasgado,
sufocando-a de dor.
Isso mesmo, as câmaras de segurança!
Ela havia instalado câmaras no quarto do hospital de sua avó!
Depois do trabalho ela jantou com Célio, foram passear e quando ela chegou em casa conferiu as fotos. Naquele momento sua avó já estava dormindo!
Ela pensou que a vovó dormiria até o amanhecer como sempre, então tomou banho e começou a cuidar de seus assuntos pessoais!
Achava que a avó estava descansando para a cirurgia do dia seguinte e por isso havia ido dormir cedo…
Teria acontecido algo mais naquela noite que ela desconhecia?
Pensando nisso, Isabella enxugou as lágrimas empurrou Célio e saiu da sala de cirurgia. “Isabella…”
Nair Pires a viu sair da sala de cirurgia e temia que ela pudesse fazer alguma besteira.
“Tia, não se preocupe, estou aqui para o que der e vier,” Célio consolou Nair Pires rapidamente e seguiu os passos de Isabella.
Na sala de cirurgia, restou apenas Leno Abreu abraçando Eloá, chorando desconsoladamente…
No salão do restaurante.
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