Últimos capítulos.
Diego.
Estava atordoado, sem saber o que fazer e sobre o que pensar. Parecia estar tudo bem quando me tiraram da sala, pelo o pouco que eu tinha escutado Manuela tinha tido uma parada cardíaca e eu não podia ficar na mesma. Antes de Manuela entrar na sala, tinham conversado comigo que seria um parto arriscado, eu arquei com as consequências e agora rezava para que ela ficasse bem.
— Fica tranquilo, ela vai ficar bem — Alex me entregou um copo d'água e passou a mão nas minha costas.
Todos estavam no hospital, estavam alegre com o nascimento do bebê mas ainda preocupados com a Manuela. Gabriel que deu entrada com os documentos dela assim que chegamos aqui, ainda estava maior clima entre a gente mas isso não era um problema meu e sim dele e da Manuela.
Quando deu umas onze horas da noite, todo pessoal foi embora ficando apenas eu e Gabriel no hospital. Alex e Lya queriam até ficar mais um pouco mas eu insistir para que fossem já que ambos teriam que acordar cedo do dia seguinte. Estávamos sentados no banco na sala de espera, eu passaria a noite toda ali até ter alguma notícia da Manuela, os minutos iam passando e eu ia ficando mais tenso.
— Tu acha que ela vai me perdoar? — Gabriel olhou pra mim. Ele estava de casaco com as duas mãos no bolso do mesmo.
— Não sei — dei ombros e me ajeitei na cadeira.
Como eu odiava drama familiar.
— Se fosse você no lugar dela, você perdoaria? — puxou as mangas pra cima.
— Não — o olhei rápido.
Trocamos algumas palavras, apesar de não querer muito assunto com Gabriel, eu me esforçava pra pelo menos responder o básico a ele e o bom foi que ele viu que eu não queria papo e parou de tagarelar. Duas da manhã, nada de notícia da Manuela e eu não conseguia pregar os olhos.
Gabriel dormia sentado, me levantei e fui até a cafeteira que tinha no hospital. Chequei o celular, havia milhares de mensagens e ligações perdidas do meu pai. Não me dei o trabalho de nenhuma delas, eu tinha coisas mais importantes para me preocupar e ele não estava incluso.
Voltei pra salinha de espera segurando meu café expresso. Na porta vi que o médico conversava com Gabriel, apertei meus passos e parei no lado do mesmo pegando a metade da conversa. Manuela estava desacordada por conta das medicações, nada muito preocupante pois pelo o que o médico disse ela estava bem e se recuperando.
Eu suspirei aliviado após ele dizer isso.
O bebê também estava bem, ele era forte e não havia nada de errado com ele. Era tudo que eu tinha pedido a Deus, a Manu e o meu filho bem. Não queria mais nada do que isso, pra mim já era o suficiente. O médico liberou a gente para podermos vê-la, ela estava no quarto andar, chamamos o elevador e entramos no mesmo.
O doutor abriu a porta para nós, agradecemos e entramos. Ver Manuela bem, não tive dúvidas de que ela era uma guerreira, era uma menina forte porque além de ter passado por um momento horrível esses dias, protegeu nosso filho acima de tudo e se protegeu também. Gabriel iria embora, eram três da manhã quase e ele iria trabalhar no dia seguinte.
Foi até bom, já que com a Manuela só podia ficar um acompanhante.
Sentei na poltrona ao lado da cama de Manuela, relaxei e deixei o sono me levar. Eu estava morto de cansaço e hoje o dia tinha sido tenso demais.
...
Estava voltando pra sala onde Manuela estava, acordei lá para às nove da manhã, tinha visto o Benjamin na neonatal e agora tomava meu café expresso. Ver meu garoto tinha melhorado meu dia cem porcento, os médicos falavam que ele tinha nascido forte e que talvez nem precisaria ficar internado tanto tempo no hospital como a maioria dois bebês prematuros.
Eu não via a hora de tê-lo nos braços.
Abri a porta devagar, guardei o celular no bolso e fui recebido com uns olhinhos verdes me olhando.
Ela tinha acordado.
— Isso é café? — olhou para o copo em cima da mesa — pelo o amor de Deus, não aguento mais beber esse suco horroroso — disse rouca.
— Já acorda resmungando, está ótima, de alta já — rimos — como você está? — passei a mão nos seus cabelos.
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