Estava com a cabeça tão longe que não percebi que tinha um carro na minha frente, forcei pra tentar ver quem era lá dentro mas o vidro era muito escuro.
Nada como um sequestro para melhorar a noite, não é mesmo?
O vidro foi abaixado e na mesma hora meu corpo se relaxou quando vi que era Diego mas fechei a cara automaticamente.
— Te deixo em casa, vem — ele apertou o botão que destrancava as portas.
— Não precisa, vou de chamar um táxi — disse sem o olhar pra ele.
— Deixa de ser orgulhosa e entra, Manuela — olhei pra ele com a sobrancelha arqueada.
— Lya foi buscar minhas coisas, ela vai dem...
— Cheguei — olhou para minha cara sem entender o porque de Diego estar ali.
Lya não conhecia Diego, só sabia dele por causa de fotos e nome, porque eu sempre que podia falava o quanto eu o odiava. Me despedi dela e disse em seu ouvido que quando chegasse em casa iria explicar tudo. Entrei no carro sem olhar para Diego, coloquei o cinto e o esperei da partida.
— Pensei que não frequentava esse tipo de lugar — quebrei o silêncio que estava.
— Sei que sou um cara sério e charmoso e não pareço frequentar esses lugares.
— Coitado — ri debochadamente.
— Por que seu ex namorado estava te puxando pra fora da Pub? — perguntou dirigindo calmamente com uma mão no volante e o braço na janela.
O olhei rápido, não tinha como ele saber disso porque na época ele morava em outro estado.
— Eu sei de tudo, Manuela — deu um sorriso fraco — vocês voltaram?
— Não — encarei o chão do carro.
Eu preferi acreditar que Gabriel teria contado pra ele, até porque ele é bem fofoqueiro e não me surpreendia tal atitude. Fomos em silêncio o resto do caminho, o céu estava começando e ficar claro e como eu estava tão distraída que quando vi já se encontrávamos em frente ao meu prédio.
— Obrigada — soltei o cinto de segurança e peguei minha bolsa.
— Não me agradeça, não fiz nada por você e sim em consideração a seu irmão — disse firme olhando pra frente.
Pensei durante o caminho que talvez teria sido muito grossa com ele mas agora eu tinha a certeza que não, eu fui pouco. Sai do carro batendo a porta, ele é e sempre seria um verdadeiro idiota. Meu pé estava latejando, não aguentava mais esse salto.
Cheguei em casa e aparentemente não tinha ninguém, tirei meu salto e meus pés deram graças a deus por isso. Eram seis horas da manhã, tomei um copo de água e me mandei para o quarto, eu estava exausta. Deixei minha bolsa de lado e coloquei meu telefone para carregar.
Tomei um banho demorado, a água fria estava maravilhosa e me acalmava demais. Sai do banho com a toalha enrolada no corpo, passei hidratante antes de colocar meu pijama de oncinha que tinha pego no armário. Deitei e adormeci em segundos.
Que noite.
..
Acordei era duas da tarde, meu telefone estava com algumas mensagens e notificações de redes sociais, respondi algumas pessoas e bloquiei a tela.
O que aconteceu na pub já tinha chego na boca do povo, resolvi ignorar todos porque não vou ficar batendo palma pra maluco dançar. Vão falar o que quiser e eu não vou dar a mínima.
Levantei fui no banheiro jogar uma água no rosto e escovar os dentes, eu estava ridícula, a ressaca não bateu na porta não, ela tinha arrombado. Peguei meu telefone e vi a marcação que fizeram no Instagram, só curtir e comentei com um coração.
Estava ouvindo vozes e risadas vindo da sala, sai do quarto do jeito que estava e quis me enfiar num buraco quando vi uns amigos do meu irmão na sala, apesar de falar com alguns não chegava a ter uma intimidade para tal coisa.
— E aí loirinha, vai para o churrasco também? — Alex falou sorridente.
— Tu está convidando minha irmã? — Gabriel com a tábua de carne na mão olhou sério pra ele.
Eu ri, era muito engraçado ver ele com ciúmes de mim.
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