Estávamos quatro horas na estrada e parecia a eternidade, eu não aguentava mais.
— Não chega nunca — reclamei me ajeitando no banco.
— Falou a pessoa que só dormiu até agora — riu.
— Tá reparando bem — arqueei a sobrancelha.
— Seu ronco era mais alto que a música que estava tocando — rolei os olhos — Quase uma motocicleta, sabe?
Imbecil.
— Eu não ronco, sai dessa.
— Sabia que era para ter gravado — soltei um sorriso fraco.
Eram sete horas da noite e dito por Diego a gente estava na metade do caminho, Angra ficava nos quintos dos inferno. Os meninos estavam bem a frente da gente, pegamos um engarrafamento e acabou que nos perdemos um do outro.
— Você tá com fome? — perguntou atento a estrada.
— Quando que eu não estou?
Diego parou na primeira loja de conveniência que viu, saímos do carro e entramos na mesma.
Estranhei ele não estar sendo tão insuportável como sempre é, será que é agora que ele colocava veneno no meu lanche e jogava meu corpo no mato?
Suspeito.
Eu escolhi uma coxinha com uma lata de coca e Diego um croissant de frango com um suco de laranja.
"Certinho" até para comer, Deus me livre.
— Deixa que eu pago o meu — tirei uma nota de cinquenta do bolso do short.
— Eu pago aqui — tirou o cartão da carteira e entregou para o caixa.
Sentei em uma mesa que ficava do lado de uma parede toda de vidro, observava os carros passando na estrada e alguns que paravam no posto para abastecer já que o loja ficava em frente ao mesmo. Diego chegou junto com uma menina que estava com os lanches, ela os colocou na mesa gentilmente.
— Obrigado — se sentou.
A menina só faltava comer ele com olhos, coitada, mal sabia o mala que ele era.
Comecei a comer meu lanche tranquilamente mexendo no telefone e ouvi uma risada.
— O que é? — olhei para Diego que ria enquanto mastigava.
Estava na torcida para ele se engasgar.
— Você é engraçada, diz que me odeia e tá sentada lanchando comigo — mordeu seu salgado.
— Tu acha mesmo que eu vou recusar comida só por causa do ódio que eu sinto por você? — ri — Não me conhece mesmo.
— Não sei porque me odeia, logo eu, um menino tão gente boa e um amor — se fez e rolei os olhos.
Não sei onde ele queria chegar com essa conversa mas cortei antes de seja lá onde ela iria chegar.
Nós terminamos de comer em silêncio e voltamos a estrada.
Mais não sei quantas horas com o rabo sentado.
Eu estava saturada e minha bunda pedindo socorro.
..
Chegamos no hotel por volta das dez horas da noite, eu dei graças a deus. Durante o caminho eu e Diego até trocamos algumas palavras mas foram curtas e rápidas. Nunca nos demos bem e não seria agora que nós iríamos dar. Os meninos tinham chego uma hora antes que nós, quando dissemos que tínhamos parado pra comer indagaram por nós não termos matado um ao outro.
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