— Aposto que você não usou metade dessas roupas, Manuela — Victor disse sem ar colocando a mala no carro.
— Foi quase, agora coloca isso aí e para de reclamar.
— Você não trouxe roupa, você trouxe chumbo — fechou o porta malas.
— É sério que a gente vai ficar perdendo tempo vendo Gabriel flertar com a recepcionista? — me encostei no carro.
Era extremamente cansativo ter que ver essa cena, eu tinha pena da recepcionista que claramente caia no papo furado de Gabriel.
— Você é uma chata — Alex exclamou e rolei os olhos.
— É, suas paradas aposto que ninguém embaça — olhei rápido para Victor que deu uma risadinha.
Se Alex sacasse algo ali eu estava fodida e ia bater no victor até ele ficar preto de hematomas. Diego percebeu e deu um sorriso de lado, esses garotos não valiam um real e agora eu tinha mais que certeza disso.
Ficamos ali vendo Gabriel até o mesmo se mancar e vir em nossa direção, suponho que aquela tortura tinha acabado já que o mesmo vinha rindo e digitando algo no celular.
— O pai é chato — se gabou.
— Do jeito que eu te ensinei, que orgulho — Alex passou a mão bagunçando seu cabelo.
Seria só mais um número para a lista de contatos dele, até parecia que ele ia sair do Rio para vir para Angra por causa de garota. Se ele ignorava as de perto imagina as de longe.
Entramos nos carros e agora começaria a segunda tortura, a volta.
Voltamos na mesma ordem que viemos, apesar de estar em um gelo entre eu e Diego, os meninos não iriam deixar eu ir com eles então eu não tinha escolha a não ser ir com ele. Saímos do hotel e logo pegamos a estrada. Diego colocou uma música para tocar e era tão chata que eu fui obrigada a trocar.
— O que você está fazendo? — olhou rápido para o som e voltou sua atenção para estrada.
— Trocando de música, não está vendo? — bufei — Seu gosto é péssimo.
— Meu gosto é ótimo mas vocês jovens não sabem o que é coisa boa — riu.
— A valeu, velho — rolei os olhos enquanto passava a música.
Encontrei uma eletrônica boa em meio de tantas ruins e a deixei, pelo menos uma prestava. Ficamos cantando e rindo, quem visse nem parecia que nos odiávamos e não suportávamos um ao outro.
— Deixa essa, essa boa — troquei — Ah qual foi, Manuela.
— Horrível — ri.
Não me cansava de dizer o quanto seu gosto musical era péssimo.
Aquilo ali não tinha nenhuma salvação.
— Você é muito abusada, cara — rolou os olhos.
— Sim, eu sei — tentava achar uma música boa.
Diego não disse nada, apenas riu. A viagem hoje seria longa, além de ser um chão do caralho pra chegar em casa, estava engarrafado.
O que piorava mil vezes o trajeto, eu iria chegar em casa só ano que vem.
Coloquei uma música e me ajeitei no banco do carro, eu era igual criança, acabava de entrar e dormia em menos de dez minutos.
..
Eram quatro horas da tarde quando eu acordei cheia de dor nas costas e com frio por causa do ar condicionado do carro.
— Achei que tivesse morta — Diego me olhou e eu rolei os olhos — Sério, você estava com a boca aberta e de olho aberto, assim ó — me imitou e eu gargalhei.
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