Um mês já tinha se passado depois da viagem e estava sendo uma mês de pura tortura. As aulas agora eram pra valer, se antes os professores já socavam matéria na gente agora eram duas vezes mais.
Eu já estava saturada.
Estava tendo aula do Roberto e eu estava cheia de sono mesmo dormindo quase sua aula toda. Assim que voltou as aulas eu contei tudo para as meninas sobre o carnaval inclusive sobre Diego e Lya surtou, disse até que isso iria dar casamento.
Maluca, não é?
Eu não vi mais Diego depois que voltamos de viagem, na verdade, não vi nenhum dos meninos. E foi até bom, o que aconteceu em Angra eu já nem pensava direito mais e provavelmente nem ele.
Tudo perfeito, estava ótimo assim.
Caio me mandou algumas mensagens durante o mês e até sugeriu da gente se encontrar qualquer dia desses e eu que não sou nada boa concordei, achei ótima a ideia. Ele era uma pessoa legal e eu gostava de conversar com ele.
— Que aula chata — Lya sussurrou em meu ouvido.
— Nem me fala — sussurrei também.
A aula de Roberto eram os últimos tempos então quando acabou a aula do mesmo já era a hora da saída. Sai de sala conversando com as meninas e nos encontramos com os meninos no corredor, Gusta abraçou Naty de lado e deu um beijo na testa da mesma.
- Que Carnaval foi esse, hein - dei um sorriso de lado.
- Revelador - Pedro riu e nós também.
Fiquei um tempo no colégio com o pessoal, mesmo depois de passarmos um mês fofocando sobre o que aconteceu nesse mini recesso, ainda tinha fofoca.
Não acabava nunca.
Uma e pouca eu fui embora, me despedi de todo mundo e fui andando para o ponto de ônibus escutando música no fone, na rua eu amava usá-lo, sempre ignorava alguns conhecidos e colocava a culpa no mesmo.
Pagar de maluca era comigo mesmo.
Peguei o ônibus cheio, tinha adorado para não falar ao contrário. Depois de uns vinte minutos cheguei na rua do meu prédio, não estava tão calor como de costume no Rio de janeiro, estava um tempo meio frio.
Eu adorava clima assim.
Vi Diego no outro lado da rua encostado no carro, quando me viu veio atravessando a mesma lentamente e eu fingi que não o vi. Abri o portão e entrei, ouvi o mesmo fechar e a voz de Diego assim que cumprimentou o porteiro.
Só podia ser brincadeira, tava adorando esse mês que passou sem ver a cara dele.
Apressei meus passos e entrei no elevador apertando o botão rápido para que a porra fechasse mas o azar é tão grande que Diego conseguiu colocar a mão na porta fazendo que segurasse o elevador e entrasse no mesmo. Fomos em silêncio até chegar no meu andar, o que esse garoto estava querendo?
- O que que é, Diego? - disse antes de abrir a porta.
- Agora eu não posso vir mais na casa do meu amigo? - cruzou os braços.
- Seu amigo não está, volte na próxima - entrei e fechei rápido tentando deixá-lo lá fora.
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