Acordei umas três horas e tinha decidido ir ao shopping, não queria ficar em casa e tinha um bom tempo que não fazia umas comprinhas para mim. Após sair do banho coloquei uma jardineira jeans e uma blusa de manga preta da Holister. Peguei minha bolsa e coloquei minha carteira e minhas chaves.
Chamei o Uber e sai trancando a porta logo em seguida entrando no elevador. Ao chegar ao térreo cumprimentei o porteiro e apressei meus passos até o carro que já tinha chego. O trajeto foi tranquilo, não tinha trânsito, nem engarrafamento e eu agradeci mentalmente por isso.
O shopping estava um pouco cheio e provavelmente era por ser domingo. Fiquei andando pelo mesmo e entrei em algumas lojinhas de roupas, amava quando tirava esse tempo pra mim.
— Obrigada, volte sempre — sorri amigavelmente em forma de agradecimento para o mulher que me levou até a porta com minhas sacolas.
Meu sorriso se desfez assim que eu vi quem estava no outro lado do shopping, também saindo de uma loja. Tentei fingir que o vi e caminhei normalmente olhando outras lojas. Olhei pra trás na esperança que ele não estivesse mais a meu alcance e tomei um susto quando o vi a passos de mim.
— O que é, Diego? — parei no meio do shopping — Tá me seguindo? — arqueei a sobrancelha.
— Não sabia que o shopping agora é privado, jurava que era público — debochou.
— Engraçadinho — cerrei os olhos.
— Pensei que a médica tinha falado que você ficaria de repouso — parou em frente a uma vitrine e a observou.
— Quis dar uma volta — o olhei e forcei um sorriso.
O deixei sozinho e voltei a caminhar pelo shopping e parei em frente a uma loja de bebê. Tinha uma roupa amarelinha com acessórios na vitrine e eu fiquei a olhando encantada, com os olhos brilhando. Um bebê que estava no colo de sua mãe me olhou e mostrou sua baguela me fazendo ri.
Uma lágrima escorreu sobre meu rosto e quando eu voltei a realidade a tratei de enxugar e me recompor. Olhei para o lado e Diego estava estático me olhando e desviou o olhar na hora. Um sentimento estranho havia tomado conta de mim e eu estava tentando entender o que havia acontecido.
— Está tudo bem? — se aproximou me olhando.
— Sim — enxuguei as lágrimas — Foi só.. é que, eu não sei — ri fraco — Uma hora você não quer ser mãe e de repente um sentimento toma conta por causa de uma simples roupinha de bebê — o olhei.
Diego não disse nada, apenas ficou me olhando. Voltamos a caminhar pelo shopping e eu não tirava o que tinha acontecido da minha cabeça. O clima chato entre eu e Diego tinha até passado, nós estávamos conversando e até rindo um do outro.
Nossa relação era de veneta.
Depois de andar bastante e comprarmos algumas coisas paramos pra comer e pedimos um Macdonald's para nós dois.
Eu amava.
— Como assim você não gosta das princesas? — indaguei com uma batata na boca — Elas são maravilhosas.
— São chatas — rolou os olhos — Transformers e Harry Potter são bem melhores que esse bando de mimadinha que nem você, aí.
— Mimadas? Elas são guerreiras e lindas — mordi meu hambúrguer — Você deveria ver.
— Nunca — piscou.
Ficamos discutindo quase meia hora qual era melhor, sem dúvidas eram as Princesas e eu não conseguia entender quem não gostava delas.
— Transformers é horrível, Diego — fiz cara de novo — qual é a graça em um filme de carros que se transforma em um caminhão?
Comments
The readers' comments on the novel: NÓS