Diego
Manuela tinha dormido no meio do filme, parei o mesmo e a peguei no colo levando para o quarto de hóspedes. A coloquei na cama e a cobri, ela resmungou algo que eu não consegui entender, apenas ri e fechei a porta apagando a luz. Manuela era a primeira garota que eu tinha levado para casa depois que eu terminei meu namoro, não gostava de levar ou trazer nenhuma mulher pra dentro de casa e me surpreendi quando dei a ideia dela ficar aqui por um tempo.
Meu dilema era o que faz na rua não traz pra casa.
Eu e Manuela éramos muito de lua, as vezes nos dávamos bem e na outra não nos suportávamos. E eu achava isso ótimo, qualquer que fosse a decisão dela sobre o bebê, nós seríamos nada mais que amigos ou talvez nem isso, apenas pais presentes estava de bom tamanho.
Voltei pra sala e assisti uns dois filmes antes de dormir. Hoje o dia tinha sido muito pesado, tinha brigado com meu pai sobre os negócios da empresa e meu melhor amigo não queria olhar na minha cara.
Tinha como piorar? É melhor eu nem querer saber.
Desliguei a televisão e me mandei para meu quarto, liguei o ar condicionado e tirei minha samba canção, eu costumava dormir só de cueca. Fiquei viajando nos meus pensamentos antes de cair no sono, São Paulo me esperava enquanto eu tinha um problemão daqueles aqui no Rio.
...
Acordei por volta das dez da manhã, os raios solares atravessavam a cortina de seda branca fazendo eu cobrir meu rosto com o travesseiro. Enrolei uns minutos na cama antes de ir tomar uma ducha pra despertar. Vesti uma bermuda de moletom preta e uma regata rosê.
Peguei minhas chaves e minha carteira na mesinha de centro da sala e antes de sair passei no quarto e Manuela ainda dormia, quase um urso em hibernação.
Eu estava faminto e provavelmente Manuela quando acordasse estaria também, a conhecia tempo o suficiente pra saber que dentro dela havia um dragão e se deixasse comia até pedra.
Hoje era uma segunda, o dia estava lindo e por estar bem quente e praia um pouco cheia. A padaria ficava uns dez minutos do meu prédio, ou até menos mas mesmo assim ainda dava pra ir bem devagarinho e observar a orla.
Eu gostava muito de fazer isso pela manhã.
Cheguei colocando as bolsas em cima do balcão e fui fazer meu café. Tirei tudo da sacola e preparei dois pães pra mim, liguei a televisão e assisti o jornal fazendo meu desejum.
— Bom dia — Manuela passou por mim coçando os olhos.
— Bom dia — beberiquei o café — Não foi para a escola?
— Acordei sem disposição — riu fraco.
Manuela estava com uma blusa curtinha que deixava a mostra sua barriga, que mesmo estando com apenas dois meses dava pra vê-la meio redondinha. Quando ela percebeu que eu estava olhando endireitou e na mesma desviei o olhar.
O seu incomodo ficou visível.
Tomamos café em silêncio e após ela terminar, lavou o que tinha sujado e voltou para o quarto. Fiquei o resto da manhã e o início da tarde sentado no sofá assistindo televisão, segunda era um dia qualquer pra mim mas sempre era super tedioso.
Lá para ás duas da tarde me levantei e fui tomar outra ducha, o calor estava de matar. A preguiça de cozinhar tinha batido e eu estava pensando seriamente em ir comer na rua. Sai do banho e coloquei a primeira roupa que eu vi no armário, passei perfume e fui até o quarto onde Manuela estava e bati na porta antes de entrar.
Ela mexia no celular e me olhou assim que adentrei ao mesmo.
— Vou comer fora, quer ir? — disse enxugando o cabelo com a toalha e a mesma assentiu.
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