— Diego estava em todas — Pablo apontou para mim.
— E você não né, seu filho da puta — dei o dedo médio.
— Eu sou um anjo, não frequento esses lugares — pôs a mão em baixo do queixo e sorriu após curvar a cabeça.
Olhei ao redor do quiosque que não estava tão cheio como de costume, meus olhos pararam no outro lado do mesmo e eu não acreditava no que eu estava vendo.
Era Manuela? Era ela com seu pai?
Fiquei minutos com os olhos parados nos dois, não cansava de me perguntar o que ela estava fazendo com seu pai e me recusava a pensar que mesmo depois de tudo, ela ainda se prestaria ao papel de pedir qualquer tipo de ajuda a ele. Meia hora depois os dois se levantaram e eu virei o rosto para o outro lado com o intuito de não me verem.
— Terra para Diego — Helena estalou os dedos na minha frente fazendo eu voltar a realidade.
— Estava olhando pra onde gay? — Pablo olhou rápido ao redor do quiosque — Quem é a gatinha?
— Idiota — ri — Não é ninguém — disfarcei.
Tentei não pensar em Manuela e não pensar nas possibilidades de coisas que ela poderia ter feito no encontro com seu pai enquanto estava com o pessoal. Eu tinha vindo para me distrair mas parecia que isso era impossível ultimamente.
Quando deu umas oito da noite resolvi ir embora, amanhã tinha reunião cedo e pra variar hoje ainda era uma segunda-feira. Me despedi de todos com um beijo no rosto e meti o pé, meu tempo já tinha dado.
Fui devagar pela pista, observando a orla e o mar enquanto dirigia e pensando em milhares de coisas. Cheguei em casa minutos depois, coloquei o carro em uma vaga qualquer no subsolo do prédio e entrei no elevador apertando o número do meu andar.
Tirei as chaves do bolso da bermuda logo abrindo a porta, Manuela estava sentada de pijama no sofá assistindo televisão e me olhou rápido quando percebeu minha presença. Joguei as chaves no balcão junto com a carteira e celular, tomei um copo d'água e o lavei.
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