Manuela.
Estava toda dolorida, meu corpo coberto de hematomas e eu mal conseguia me mover. Pela madrugada eu tinha consigo roubar o celular de uns dos capangas do Gael, pedi pra ir no banheiro, peguei o celular no bolso de um deles e me tranquei no banheiro. Só deu tempo de discar o primeiro número que veio na mente, que foi o da Lya e dizer que eu havia sido sequestrada e que tinha sido Gael quem me pegou. Segundos antes de eu ser apagada com uma bancada na cabeça, a porta foi arrombada e me pegaram pelo cabelo me arrastando pelo chão.
A única coisa que eu pensava era em proteger o bebê a qualquer custo, não deixei de cobrir a barriga nenhum segundo e rezava para que meu bebê estivesse bem.
A luz foi acessa, abri o olho esquerdo com dificuldade já que o o outro nem se dava o trabalho de abrir por conta do soco que havia levado.
— Cadê ela? — ouvi a voz de Gael distante e seus passos firmes em minha direção — Vem cá — me pegou pelo braço me fazendo gritar de dor.
Ele ficou me segurando pelo braços, eu mal aguentava ficar em pé, meu corpo estava todo tomado pela dor e pela fraqueza. Gael deslizava o dedo sobre a tela do celular, ainda me segurando pelos braços colocou o celular em frente ao meu rosto e mesmo enxergando pouco, vi que era uma foto com ''Desaparecida'' na mesma e logo ao lado a foto de Gael.
— Olha o que você me arrumou, garota — apertou meu braço e me jogou no chão — graças a você, a polícia está atrás de mim.
— Desculpas — disse coma voz falha — e-eu nã..— Gael me pegou pelo pescoço, o apertando forte e me prensou contra a parede.
— Nós vamos embora amanhã, o avião vai estar nos esperando e espero que você estrague tudo — me arremessou no chão — sua inútil — chutou minha barriga.
Cobri a barriga rápido com os braços, eu chorava feito criança no chão e estava sentia medo de que tivesse acontecido algo com o bebê. Gael não tinha esse direito, ele não podia fazer isso comigo, eu queria ir embora e viver minha vida em paz.
Eu estava de fato vivendo um pesadelo.
Diego.
Voltei para o Rio no momento em que Alex me ligou me dizendo que Manuela tinha sido sequestrada e que o filha da puta do ex dela tinha armado tudo. Peguei o primeiro voo, era o das quatro da amanhã e às seis já estava em terra.
— Tem como rastrear esse número? — perguntei. Eu sacodia as pernas e não conseguia parar um minuto sentado.
— Não sei, eu posso tentar — Ryan respondeu digitando algo no notebook.
Ryan era amigo de Victor, ele sabia tudo sobre tecnologia e obviamente ele era uma das nossas esperanças de achar a Manuela. Estávamos horas tentando hackear o número que Manuela tinha ligado para Lya, todas elas foram sem sucesso e eu já estava começando a ficar mais impaciente do que eu já estava.
— Acho que é melhor nós deixarmos na mão da polícia mesmo — amiga da Manu, Natália, falou calmo.
— Até a polícia resolver ela e meu filho já morreram — passei os dedos entre os cabelos e suspirei.
— Se ele sequestrou ela, não tem o porque de matá-la — Alex disse apoiado no balcão.
— Você não o conhece, ele é louco — Lya de ajeitou no sofá — capaz de qualquer coisa.
Eram cinco da tarde quase seis, eu estava nervoso, não conseguia mal raciocinar e pra piorar total situação, tinha meu pai ligando de minuto minuto por conta do meu sumiço. Eu tinha voltado para o Rio de Janeiro sem avisar, arrumei minhas coisas e vim. Eu não estava me importando com o que ele estava achando ou algo do tipo, minha prioridade agora não era empresa e nem um monte de negócios fodidos.
Minha prioridade era Manuela e meu filho, apenas.
— Só mais uns minutos e...— fez pausa dramática — pronto — suspirou.
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