Lya.
— Sequestrada? — franzi a testa — não acho que a Manu tenha sido, quem faria tão mal a ela esse ponto?
— Não sei, gata — Alex massageou as têmporas — pode ter tanta gente que a gente nem imagina — suspirou.
— Aí meu Deus — Naty choramingou e Gusta abraçou a mesma — vocês contaram ao irmão dela?
— Isso é importante — Pedro assentiu — afinal, a Manu é menor de idade e ele é guardiã legal dela ainda já que o pai dela não é tão presente.
— A gente contaria se o irmão dela se importasse com ela — Victor se jogou no sofá.
— Como assim? — Gusta perguntou confuso abraçado com Naty.
— Eles brigaram, não se falam mais — disse bloqueando a tela do celular — e para o Diego, vocês contaram?
Os meninos balançaram a cabeça negativamente, nós estávamos esperando ainda algum sinal de Manuela, tinha se passado mais de vinte quatro horas desde então e até agora nada.
A preocupação apenas aumentava.
— Uma hora ou outra nós vamos ter que falar com ele, o filho dele também corre risco e já se passaram vinte quatro horas — suspirei e prendi o cabelo num coque.
— Ele volta para o Rio em uma fração de segundos — Alex guardou o telefone no bolso e me olhou.
— E isso não é bom? — Pedro franziu a testa, se encostou no balcão e cruzou os braços.
— Pra ser bem sincero? — Alex fez uma pausa dramática — não sei.
A reunião tinha sido em vão, nada de Manuela e nem cogitar algum lugar que ela poderia estar ou algo do tipo rolou. Eu estava muito preocupada com ela, com o bebê e pedia para Deus que ninguém fizesse mal nenhum a eles. Achava errado os meninos não contarem para Diego logo, para Gabriel eu até aceitava já que a situação de agora não cabia isso mas pareciam que eles esqueciam que Diego era pai da criança que Manuela carregava.
Passamos a tarde na casa de Alex, decidimos que se até amanhã de tarde não tivéssemos notícias da Manu, iríamos espalhar cartazes e iríamos até a delegacia prestar queixa de desaparecimento. Ninguém sabia além da gente e era uma das coisas que dificultavam também, porque ninguém a viu por último além de nós.
— O importante agora é não pensar no pior — disse tentando manter a calma.
— Como? — Alex me olhou — loirinha está mais de vinte horas sumida, to preocupadão, tem nem como não pensar no pior.
— Verdade — Naty assentiu com os braços cruzados.
Lá para as cinco da tarde, eu e Naty fomos embora, iríamos começar a ver as coisas para os cartazes, já que Alex que iria na delagacia amanhã. O resto ficou de colocar eles em todos os lugares possíveis e postar em todas as redes sociais possíveis também.
A coisa tinha ficado séria, agora o que restava era entregar na mão de Deus e torcer para que minha piranha tanajura estivesse bem.
...
No meu WhatsApp não parava de chegar mensagem, já tinha informado para algumas pessoas o sumiço da Manu e praticamente todo mundo estava se disponibilizando para ajudar.
A maioria era tudo falso e só queria saber com mais detalhes o que tinha acontecido. Tudo um bando de fofoqueiro.
— Ai ai, quanta gente fofoqueira — ri ao rolar a tela vendo a quantidade de mensagens que tinha recebido — diretamente de chernobyl.
Alex ficou de ligar para Diego amanhã, assim que saísse da Delegacia pra informar o sumiço da Manuela e eu já previa ele vindo para o Rio andando. Eu passei o dia todo sem comer, estava muito desanimada com tudo isso e por mais nesse momento os pensamentos ruins invadam a gente, eu queria acreditar que Manuela estava dando horrores para alguém até agora e por isso sumiu.
Era o mínimo que ela podia estar fazendo pra, pelo menos, compensar todo esforço que foi divulgar a cara feia dela nas redes sociais.
Minha mãe estava horrorizada com tudo isso, ela gostava muito da Manu e via a mesma como uma filha. Lá para as nove da noite eu fui tomar uma banho, estava morrendo de sono, cansaço estava batendo. Demorei embaixo do chuveiro, a água caia sobre meu corpo me fazendo relaxar e levando todo peso que eu estava sentindo embora.
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