— Mata! — gritei.
— Mantém a calma, gente — Alex gesticulou com as mãos segurando uma vassoura.
— Como que mantém a calma com um rato a solta, seu imbecil? — Victor falou segurando uma garrafa de cerveja, o mesmo estava em cima de uma cadeira.
— Você podia ser mais homem e me ajudar.
— Virei mulher, se vira.
A sexta que era pra ser relaxante estava sendo tensa por causa de um rato. Parece que ninguém tinha vida porque todo dia era uma farra diferente e claro, eu com nada melhor para fazer, estava acompanhando eles em todas.
— Cadê o rato? — perguntei desesperada olhando para os lados.
— Eu não faço a mínima — Alex andava de um lado para o outro procurando o mesmo.
— Como assim você não sabe pra onde o rato foi? — Gabriel indagou segurando um rodo.
Rato 1 x Gabriel e Alex 0.
Ficaram procurando o rato meia hora e enquanto eles estavam na caça, eu e Victor estávamos em cima de uma cadeira nos cagando de medo e depois de relutar muito descemos. Parecíamos duas crianças. Hoje o dia estava bom, tinha saído mais cedo do colégio e pra variar os meninos tinha marcado um churrasco na casa do Alex. Sua casa ficava em um condomínio não tão longe do nosso prédio e era grande, tinha um jardim lindo na frente e uma área gourmet enorme atrás com uma piscina do tamanho do mundo. Seus pais moravam na Argentina, se mudaram quando ele tinha dezenove anos e depois disso passou a morar sozinho. Somente ele e sua diarista. Ele era louco de querer ficar fazendo faculdade aqui podendo fazer em outro pais, eu não pensaria nem duas vezes. Ficamos numa roda conversando, eles estavam zoando Victor por ser medroso e eu me acabava de rir.
— Me errem, caralho — bebericou sua cerveja.
Nenhum deles namoravam porque dito por eles o bonde era da lei do ''pega mais não se apega''. Já estava vendo que quando algum deles se envolvessem sentimentalmente com alguém, ia ser só ladeira a baixo.
— Gabriel já basta o rato cara, sai da churrasqueira pelo o amor de Deus — fez uma cara engraçada. — Churrasco dele é tão ruim que é bom nem envolver Deus nisso — beberiquei minha ice.
— Meu churras nem é tão ruim assim, parem — disse colocando a carne na grelha.
— É horrível — falamos em uníssono e ele bufou.
Não tinha nem como discordar, Gabriel não era nada bom fazendo churrasco, se ele precisasse disso para viver ele estava era fodido. Quando a carne não saia tostada, ela saia muito crua.
Depois de meia hora Diego chegou junto com outro menino, que deveria ser o tal do Caio. Ele era muito bonito, um moreno bronzeado com cabelos ondulados cortados somente dos lados, um undercut degradê.
Esse menino era tão lindo que parecia uma lasanha acabando de sair do forno.
Pose de bandida já era, tinha me apaixonado.
— Você deve ser a loirinha irmã do Gabriel, Manuela né? — sorriu e deu a mão como cumprimento. Eu como não sou boba dei dois beijos no rosto. Não nasci ontem, meu amor.
— Sim — sorri — Você deve ser o caio que tanto falam, certo?
— O próprio — sorriu — esses gays me amam.
— Geralmente a gente não lembra nem da sua existência mas tudo bem — victor abriu outra cerveja.
— É claro que vocês vão perder na guerra de galo — Caio passou os dedos no cabelo molhado — Pra vocês tem que ser briga de boi.
— Quase que ri com seu comentário super engraçado — Gabriel disse em um tom de deboche e forçou uma risada.
— Caio e suas piadas ruins que eu não estava sentindo um pingo de falta — Diego negou com a cabeça e nós rimos.
Fiquei na piscina até começar a esfriar, os meninos estavam começando a ficar bêbados e já não falavam mais as coisas com muito sentido. Os únicos sóbrios ali era eu, Diego e aparentemente Caio, que não parava de me olhar e nem eu de olhar ele. Estávamos numa eterna troca de olhares. Sai e fui pegar minhas coisas que estavam no carro de Gabriel, estava ventando e eu estava só de biquíni no meio da rua, ou seja, se eu demorasse mais um pouco ali iria morrer de hipotermia. Apertei o botão que trancava o carro e voltei rapidamente pra casa de Alex.
— Onde fica o banheiro ? — perguntei para o mesmo que estava pegando cervejas na geladeira da cozinha.
— Lá em cima, segunda porta a direita loirinha — assenti e subi.
Quando cheguei aqui mais cedo achei a casa de Alex enorme, agora andando no segundo andar eu tive a certeza que era imensa. Levei uns cinco minutos para me localizar, quando finalmente achei o banheiro social eu entrei e me despir. Esse banheiro era do tamanho do meu quarto, sem brincadeira. Tomei uma ducha demorada, lavei o cabelo com os shampoos que estavam no nicho mesmo. Quando sai do box peguei uma toalha que estava enrolada formando um triângulo em cima da pia do banheiro e sequei meu corpo. Coloquei um short jeans e um casaco curtindo preto da adidas. Passei hidratante e perfume, pra não ficar com a cara limpa passei somente um rímel e por último sequei meu cabelo com o secador que estava na gaveta. Sai do banheiro e me espantei quando Caio me puxou me colocando contra a parede, fazendo que seu corpo ficasse colado ao meu. Agradeci mentalmente por sua bermuda estar quase seca.
— Está fazendo o que aqui? — sussurrei — Se Gabriel pega nós dois ele mata a gente.
— Ninguém me viu subindo, loirinha — sorriu e se aproximou.
Não deu tempo nem de falar algo, ele encostou seus lábios nos meus e pediu passagem para que sua língua pudesse explorar minha boca. Suas mãos deslizaram da cintura até a minha bunda, dando um tapa e em seguida um apertão. Já dava para sentir seu membro marcado na bermuda, então desci minha mão e apertei de leve. Ele beijava meu pescoço e a cada beijo eu arrepiava, eu estava sedenta.
— Gabriel vai adorar saber disso... — eu gelei e rapidamente nos desgrudamos.
Comments
The readers' comments on the novel: NÓS