Diego.
Manuela tinha entrado no banheiro fazia quase uma hora, estava quase achando que ela tinha morrido lá dentro. Eu estava encostado no batente do banheiro dela, não vou negar que estava nervoso, nunca tinha passado por isso antes, sempre transei de camisinha e isso tinha sido um mole do caralho que eu tinha dado, não sei porque que na hora não lembrei de coloca-la. Na minha cabeça passava um monte de coisas, ela ainda era menor de idade, seu irmão era meu melhor amigo e ainda tinha isso, como que eu iria explicar para ele que sua irmã podia estar esperando um filho meu?
Gabriel iria me matar, era certo isso.
Estava tão perdido nos meus pensamentos que não percebi que Manuela tinha aberto a porta do banheiro segurando o teste já feito nas mãos e me olhava com o olho brilhando, cheios de lágrimas. Eu a olhava esperando a resposta, meu coração só faltava quase sair pela boca. Ela não disse nada apenas se aproximou e me entregou o aparelho. Eu estava tremulo da cabeça ao pés, quase não consegui enxergar os dois tracinhos confirmando que Manuela estava grávida. Fiquei uns minutos olhando para o teste ainda tentando acreditar no que estava acontecendo.
A ficha não tinha caído, parecia que era mentira. Puxei Manuela para um abraço e a mesma chorava de soluçar, igual criança. Tentava acalmar ela dizendo que ia ficar tudo bem e pedia pra ela se acalmar. Suas lágrimas molharam minha camisa, não conseguia dizer mais nada pra ela além do que eu repetia toda hora, porque no meio dessas palavras eu também tentava me ficar calmo mesmo que fosse em vão.
— Eu não posso ter esse filho — disse entre soluços — Não da Diego, eu não posso — chorou mais.
— Calma, Manuela —segurei seu rosto, seus olhos estavam pequenininhos e inchados — Essa não era hora pra tomar decisão de nada — assentiu e se encostou no meu peito novamente.
Ela deitou e acabou dormindo chorando, a cobri e observei seu rosto vermelho por conta do choro e todo inchado. Sentado na ponta da cama eu fiquei olhando o teste, não sabia de nada daqui pra frente, parecia um filme que a cada cena tem mais e mais surpresas. A deixei dormindo e fui pra sala, não iria embora, eu não ia deixa-la sozinha então fiquei a esperando acordar.
...
Acordei no susto com Manuela fazendo barulho na cozinha, a olhei a mesma estava com um pão na boca e segurando outro na mão.
— Desculpas, eu não queria te acordar — disse de boca cheia.
— Tudo bem — me espreguicei-me e andei até a cozinha, onde a mesma estava — Como você está? — me encostei no balcão a olhando.
— Ainda em choque — bebericou seu suco — E-eu..não sei, é estranho porque eu não sei o que sentir, sabe?
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