3 dias depois...
Graças a Deus tinha chego a tão esperada sexta-feira, eu estava dando uma passeada pelo shopping enquanto esperava a chegada de Katia ao mesmo para terminamos de resolver os negócios sobre a casa. Meu pai tinha assinado todos os documentos pedidos, pra me ver bem longe dele, ele assinava até um guardanapo.
No meu encontro com o mesmo foi tudo muito direto e sem enrolação. Tinha ido me encontrar com ele com um propósito, fui direta e objetiva, sem papo furado ou conversa fora. Eu não havia esquecido o que ele tinha feito e tinha me falado, tudo estava bem guardado na memória e só recorri ao mesmo por não ter outra opção e não porque eu quis.
Fiquei olhando as vitrines das lojas para passar o tempo, passei em frente a uma loja de bebê e babei todas as roupinhas que estavam na vitrine mas acabei me desperçando com a ligação de Kátia e esquecendo das mesmas. Andei tranquilamente até a praça de alimentação, onde eu havia marcado com Kátia.
Depois de um tempo procurando a mesma, a encontrei e fui em sua direção. Ela se levantou e veio a meu encontro também.
— Demorou mas achou — rimos e nos cumprimentamos.
Mesmo já tendo falado no encontro anterior, Kátia voltou a repetir algumas coisas importantes e foi até bom, que eu já tinha total me esquecido. Como a mesma tinha morado na casa um tempo atrás, me explicou um pouco sobre a vizinhança e o bairro e me parecia um lugar bem tranquilo até.
Era disso que eu estava precisando, de paz.
— Aqui está os documentos assinados pelo meu Pai e por mim— entreguei a pasta para ela.
Ela analisou todos os papéis, um por um e confesso que estava começando a ficar nervosa, tudo o que eu queria era poder morar sozinha, sem Gabriel, sem Diego, sem ninguém, apenas eu e meu filho. Depois de um tempo analisando os documentos ela os guardou na pasta novamente e eu já tinha acabado com todas as minhas unhas de tão nervosa que eu estava.
— Bom...— deu uma pausa — todos os documentos estão assinados corretamente, não tenho o que falar a não ser que a casa agora é sua — sorriu.
Só faltou eu gritar de alegria, na mesma hora levantei para abraçar Kátia que ria da minha reação. Não acreditava que tinha conseguido alugar uma casa, que agora seria eu por eu mesmo e que eu teria mais uma responsabilidade.
Nada disso era o que eu tinha planejado para minha vida, nunca me vi grávida aos dezessete, grávida de um garoto que até pouco tempo eu odiava e nunca me vi morando sozinha antes da faculdade. Nada disso tinha sido planejado e tudo isso estava sendo um baita choque pra mim.
Não tinha dúvidas que minha vida tinha mudado radicalmente.
Kátia me entregou a chave da casa e antes de ir embora me explicou mais algumas coisas básicas. Assim que tudo estava resolvido nos despedimos com um dois beijos no rosto, sendo assim ela indo para um lado e eu para o outro. Ao mesmo tempo que eu estava feliz, eu também estava nervosa, preocupada e ansiosa.
Eu estava sentindo uma mistura de emoções.
Fiquei um tempo no shopping ainda, aproveitei pra comprar umas roupas pra mim e acabei incorporando o espírito de dona de casa e comprei um conjunto de prato, de talheres, de copos e mais outras coisas que eu não fazia a mínima ideia pra que servia mas havia comprado porque tinha achado bonito.
Antes de ir embora passei no Mcdonald's, comprei dois hambúrguers com batata e pedi para viajem. Eu estava cheia de bolsas, assim que o mesmo ficou pronto chamei o Uber e o esperei em frente ao shopping. Uns cinco minutos depois o mesmo chegou, entrei no carro e fechei a porta.
No rádio tocava "Fix you" do Coldplay, o trânsito estava favorável e em vinte minutos eu havia chego no prédio de Diego. Paguei o motorista e sai do carro agradecendo o mesmo logo entrando no Prédio.
Pra mim qualquer viajem do Uber valia cinco estrelas, desde que não me sequestrasse estava ótimo.
Abri a porta dando de cara com Diego apenas de samba canção e com meias dos Simpsons na cozinha. Passei direto pelo mesmo, joguei todas as bolsas na cama e voltei apenas com o saco do McDonald's o colocando em cima do balcão.
— Trouxe hambúrguer — disse sem olhar para ele e abrindo a sacola.
— O que é isso? — se aproximou — um pedido de desculpas por ser idiota e inconsequente? — arqueou a sobrancelha.
— Qual é, Diego — bufei — o tempo das nossas guerrinhas já passou, eu entendo sua raiva mas não quero ficar mais nesse clima, já deu.
Ele não disse nada, apenas me escutou me olhando sem expressão alguma.
— Você pode pelo menos me responder se vai querer o hambúrguer ou não? — suspirei — que aí eu como o seu também— rimos.
— Engraçadinha — pegou o hambúrguer da minha mão — pelo menos você acertou o hambúrguer que eu gosto — disse de boca cheia enquanto andava em direção ao seu quarto.
— De nada — gritei da cozinha.
Não me importava com minha relação com Diego, pra mim estava ótimo a gente sem se falar mas nesses três dias que passaram eu pensei bastante e principalmente sobre isso. Apesar do Diego me irritar fácil com seu jeito de "senhor sabe de tudo" eu não queria ir embora no clima que estávamos, não podia ser ingrata dessa forma e não podia ignorar o que ele tinha feito por mim nessas semanas.
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