Acordei às oito da manhã e fiquei enrolando na cama um tempinho tomando coragem para levantar, estava tão quentinho de baixo do cobertor que dava até pena.
Fui ao banheiro realizar minhas higienes matinais e tomei um banho demorado e relaxante. Vesti um conjunto de cropped e short rosinha de malha e prendi meu cabelo num coque frouxo. Sai do quarto rumo a cozinha, eu estava morta de fome e o cheiro de café estava exalando pelo apê.
— Bom dia — bocejei e Diego deu um sorriso com os lábios unidos.
Nossa relação não iria mudar, isso era fato mas pelo menos o clima chato não estava mais entre nós e isso já era muita coisa. Fiz meu desejum assistindo o primeiro jornal do dia e quando acabei, lavei tudo o que tinha sujado e voltei para o banheiro para escovar meus dentes.
Peguei meu celular que estava em cima da cama e vi algumas mensagens que tinham mandado pela manhã.
Mensagem on.
Caio
Bom dia, loirinha
Eu
Bom dia rs
Lya Vaca
Piranha, vocês vão hoje?
Eu
Vocês quem?
Lya Vaca
Você e meu afilhado
Eu
Iremos kkk
Off.
Hoje, depois de séculos, eu iria sair com o pessoal do colégio para Pub. Aliás, eu já estava morrendo de saudades do meu inferninho em forma de bar. Como tinha poucas roupas aqui em Diego e nenhuma roupa para mais tarde, teria que ir em casa pegar o resto e pra sincera estava com zero vontade mas não tinha outra escolha.
Não queria ver Gabriel nem pintado de ouro na minha frente mas por enquanto isso seria inevitável, ou até eu me mudar de fato.
Fiquei a manhã praticamente toda estudando, aproveitei pra colocar as matérias que faltavam em dia e estudar outras. Por estar de cropped minha barriga ficava exposta dando visibilidade a minha barriga redondinha e querendo criar tamanho.
Era estranho olhar para ela e saber que ali tinha um ser sendo gerado.
Mesmo depois de ter aceitado ser mãe, aceitado o bebê tudo ainda era muito novo e estranho, parecia que o laço ia se construindo aos poucos, não sei, não sabia explicar.
Lá para ás uma e pouca da tarde guardei todo o material e fui almoçar. Após terminar de arrumar a cozinha, fui até o quarto pegar minha carteira e telefone, iria logo pegar minhas roupas até porque quanto antes melhor.
Passei pelo quarto de Diego e a porta do mesmo estava fechada e estava um total silêncio, provavelmente ele estaria dormindo. Chamei o Uber enquanto descia e após eu chegar no térreo, 5 minutos depois o mesmo chegou.
— Boa tarde — fechei a porta de trás e me ajeitei no banco.
O caminho todo eu fui bem nervosa, não sabia se Gabriel estava em casa ou não e se estivesse, não sei como iria reagir. Eu só iria pegar minhas coisas e meter o pé, sem enrolação. Quando o motorista parou em frente ao meu prédio, paguei o mesmo e sai do carro agradecendo.
— Quanto tempo, senhorita Manu — José, o porteiro disse amigavelmente.
— Quem é vivo sempre aparece não, é? Seu José — sorri.
Noventa porcento do meu WhatsApp ficava no vácuo e os outros dez também.
Cheguei no prédio de Diego um tempinho depois, paguei a corrida ao motorista e sai do carro toda estabanada com as malas. Entrei no elevador que pra minha sorte estava vazio e subi rumo ao último andar. Quase morta foi o estado que eu tinha chego no apartamento de Diego, parecia que eu tinha subido dez andares de escada.
Eu estava desfalecida.
Tudo em estava um repleto silêncio, o mesmo desde a hora que eu tinha saído, tinha cogitado a ideia de que Diego nem em casa estava. Deixei umas das malas no canto da parede e a outra eu coloquei em cima da cama, iria escolher minha roupa para mais tarde e pedia a Deus para que alguma delas ainda coubesse em mim.
Eram quatro e treze da tarde, tinha tempo de sobra pra escolher uma roupa, experimentar cada uma delas e enquanto fazia isso já ia pensando no reboco que eu iria fazer pra esconder essa cara de morta que eu estava.
Essa noite era minha e eu queria arrasar.
....
Estava fazendo babyliss no cabelo, já estava de banho tomado e estava começando a me arrumar e eu gostava de começar pelo ninho de passarinho que era meu cabelo.
Depois de horas passando ódio escolhendo roupa, eu tinha decidido ir com um vestido de manga comprida preto tubinho de renda preta e um uma sandália plataforma.
Tinha que aproveitar enquanto a barriga não estava uma bola de praia e ainda dava pra fazer essa graças.
Fiz uma maquiagem pesada, era só reboco que dava jeito nessa cara de maluca que tinha acabado de sair do manicômio que eu estava. Eram oito e meia da noite, meu celular não parava de vibrar e não tinha dúvidas que era Lya me apressando. Vesti o vestido e fui o ajeitando no corpo, peguei minha bolsa e coloquei o necessário dentro da mesma, identidade, dinheiro e essas coisas.
Calcei o salto e por último passei um batom vermelho nos lábios e o joguei dentro a bolsa. Eu estava um arraso, fazia tempo que eu não me arrumava dessa forma e me sentia bem comigo mesmo.
— Mulherão — virei de costas me olhando no espelho.
Me olhei pela última vez no espelho e sai do quarto apagando as luzes e fechando a porta.
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